Mais de 15 pessoas foram presas nas últimas 24h suspeitas de envolvimento nos ataques violentos na Grande São Luís
Mais de 15 pessoas foram presas nas últimas 24h suspeitas de envolvimento nos ataques violentos na Grande São Luís Reprodução/ TV Mirante Nas últimas 24 h...
Mais de 15 pessoas foram presas nas últimas 24h suspeitas de envolvimento nos ataques violentos na Grande São Luís Reprodução/ TV Mirante Nas últimas 24 horas, 17 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento nos ataques violentos registrados em cidades da Grande Ilha de São Luís. Desde o início da semana, 35 investigados ou condenados por crimes foram presos na região. Os dados são de um balanço da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), obtido pelo g1, na noite de sexta-feira (24). A onda de violência tem sido provocada por uma guerra que envolve a disputa de facções criminosas por território na Grande Ilha, segundo o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Maurício Martins. Sete pessoas morreram e mais dez ficaram feridas nos ataques desde domingo (19). 📲 Clique aqui e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp A Polícia Civil do Maranhão investiga a relação dos presos com os ataques mais recentes de violência que provocaram uma onda de insegurança. As operações realizadas ao longo da semana resultaram na apreensão de mais de 20 armas de fogo, drogas e na recuperação de veículos que haviam sido roubados ou furtados. Onda de violência na Grande São Luís: veja o que se sabe até agora sobre os ataques Os casos foram registrados em todos os quatro municípios que compõem a chamada Grande Ilha. São eles São José de Ribamar, Paço do Lumiar, Raposa e a capital maranhense, São Luís. Por conta da onda de violência, escolas, universidades públicas e particulares suspenderam as aulas na quinta-feira (23) e na sexta-feira (24). As atividades devem ser retomadas a partir da segunda-feira (28), após o feriado do Dia do Servidor Público. Moradores cobram mais segurança em São Luís Moradores da Cidade Operária se reúnem com secretário e cobram segurança em São Luís Moradores do bairro Cidade Operária, em São Luís, se reuniram com o secretário da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP), para cobrar respostas sobre os recentes casos de violência na região. Durante o encontro, foi prometido reforço no policiamento. A reunião, realizada na sede da SSP, durou cerca de uma hora e contou com a presença de representantes do Centro Tático Aéreo, Polícia Civil e Polícia Militar. Participaram também familiares de vítimas, como os parentes de Eduardo Lemos Martins, jovem assassinado na última terça-feira (22), e de outras pessoas feridas em ataques recentes. “Ali é a nossa segurança que nós estamos pedindo. A dor é minha, é da mãe do Eduardo. A gente só quer justiça, só isso”, disse uma das moradoras durante o encontro. As forças de segurança prometeram aumentar o efetivo policial em pontos e horários estratégicos do bairro. Segundo a Secretaria, desde o início da operação, 17 pessoas ligadas ao tráfico de drogas e a organizações criminosas foram presas. Apenas nesta sexta-feira (24), seis suspeitos foram apresentados na delegacia. A polícia ainda investiga se os presos têm relação com os ataques registrados nesta semana. Desde segunda-feira (20), sete casos de violência foram confirmados na região. No início da tarde, moradores interditaram ruas de acesso à Avenida Principal do Jardim América em protesto. Manifestantes também se reuniram em frente ao Colégio Pedro Álvares Cabral, cobrando a prisão dos envolvidos nas mortes recentes, entre elas a de Eduardo Lemos. “Ultimamente, praticamente a opção é ficar em casa, porque a gente não tem segurança. Vivemos aprisionados pelo medo todos os dias”, relatou uma moradora. Devido à insegurança, mais de 20 escolas permanecem sem aulas presenciais na Cidade Operária e bairros vizinhos. Em entrevista à GloboNews, o secretário Maurício Martins, da Secretaria de Segurança Pública, destacou as ações da polícia e criticou a legislação penal. “Prendemos mais de dois mil criminosos desde o começo do ano, mas essas pessoas precisam continuar presas. A nossa legislação é muito branda. Muitas vezes, o criminoso sai em menos de 24 horas com tornozeleira eletrônica ou prisão domiciliar. Isso é absurdo. Quem comete o crime tem que pagar o crime na cadeia”, afirmou o secretário. Semana violenta na Grande Ilha Onda de ataques assusta moradores e paralisa aulas na Grande São Luís Os primeiros casos começaram a ser registrados ainda no domingo (19) em São Luís, São José de Ribamar e Paço do Lumiar, cidades localizadas na Grande Ilha. Somente no domingo, três pessoas morreram baleadas e outras três ficaram feridas. O ponto alto da semana violenta foi o ataque a tiros que deixou um jovem morto e cinco pessoas feridas no bairro Cidade Operária, na capital maranhense. As vítimas estavam na porta de um estabelecimento quando criminosos armados chegaram em um carro disparando contra eles. LEIA TAMBÉM: Noite violenta tem registros de disparos e tentativas de homicídio em São Luís Mortes, escolas fechadas e medo: veja a cronologia da onda de violência na Grande São Luís Criminosos assaltam clínica odontológica no Vinhais, em São Luís; veja momento do crime VÍDEO: Homem é morto a tiros ao voltar para albergue onde cumpria pena por homicídio, em São Luís Eduardo Lemos Martins, de 19 anos, foi atingido no tórax e morreu após ser socorrido. Os suspeitos fugiram em direção à Cidade Olímpica. Quatro dos cinco feridos foram socorridos e levados por meios próprios ao Hospital Municipal Dr. Clementino Moura (Socorrão II), na região da Cidade Operária, antes da chegada da Polícia Militar. Moradores pedem mais segurança Em São Luís, cidade mais afetada pela onda de violência, os crimes aconteceram em mais de 10 bairros. Há registros de homicídios, tentativas de homicídio e tiroteios nos bairros Cidade Olímpica, Cidade Operária, Tibiri, Bairro de Fátima, Liberdade, Vila Magril, Monte Castelo, Vinhais, Vila Janaína, Residencial Maria Aragão, Vila Vitória e Vila Palmeira. A região da Cidade Operária, Cidade Olímpica e Jardim América foi uma das mais afetadas pela onda de violência. Na sexta-feira, moradores do Jardim América, protestam pelo aumento da violência e pelo assassinato do jovem Eduardo Lemos Martins, de 19 anos, morto em um dos ataques. Parentes e amigos de Eduardo Lemos Martins bloquearam alguns pontos da Avenida Principal do Jardim América na manhã desta sexta-feira (24). Reprodução/TV Mirante Ainda na sexta-feira (24), moradores da região se reuniram com o secretário de Segurança, representantes do Centro Tático Aéreo (CTA), Polícia Civil e Militar pedindo por mais segurança. Dentre os participantes da reunião, estavam familiares de Eduardo Lemos, um dos mortos no ataque. Após a reunião, as forças de segurança prometeram aumentar o efetivo policial em pontos e horários estratégicos do bairro. Quem são os mortos? Desde o domingo (19), sete pessoas morreram em meio à onda de violência registrada na Grande Ilha de São Luís. Veja, abaixo, quem foram as vítimas: São José de Ribamar (MA): Mateus Ribeiro Costa, de 27 anos, foi executado com tiros na cabeça e no tórax por ocupantes de um carro prata no domingo (19); São Luís (MA): Um homem de 26 anos, não identificado, foi morto a tiros no bairro Tibiri, na capital, no domingo (19); São Luís (MA): Um grupo foi alvo de disparos na Rua 17. Taivisson Amaro, de 18 anos, morreu no domingo (19). Outros três homens ficaram feridos. São Luís (MA): Lucas Felipe Vianna Azevedo, de 26 anos, foi morto a tiros durante a madrugada. Os suspeitos estavam em um carro modelo HB20 cinza e fugiram após o crime. Lucas foi levado ao Socorrão I, mas não resistiu. O crime foi na segunda-feira (20); São Luís (MA): Um adolescente de 17 anos foi morto a tiros na segunda-feira (20); São Luís (MA): Eduardo Lemos Martins, de 19 anos, foi atingido no tórax e morreu na terça-feira (21) após ser socorrido. Os suspeitos fugiram em direção à Cidade Olímpica. São Luís (MA): Janilson Pereira Ramos, de 43 anos, foi morto a tiros ao retornar para o albergue onde cumpria pena por homicídio na quarta-feira (23) A polícia investiga se o crime foi motivado por vingança. O que dizem as autoridades? Guerra de facções fecha escolas e universidades em São Luís O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Maurício Martins, afirmou que o sistema de segurança pública não vai se intimidar com nenhum tipo de desordem e que a Polícia Militar está nas ruas, a Polícia Civil investiga os casos e o Serviço de Inteligência está fazendo levantamentos. Ele afirma que não houve ocorrência de ataques em escolas e universidades públicas e particulares, nem no entorno delas. Portanto, não há nenhum problema relacionado à presença dos alunos e professores em sala de aula. Além disso, Maurício Martins afirmou, durante entrevista à TV Mirante, que a legislação brasileira é frágil no combate às organizações criminosas. Ele criticou o fato de criminosos serem soltos rapidamente após a prisão. Segundo Martins, o sistema de Justiça está limitado por leis que protegem mais os criminosos do que os cidadãos, o que dificulta o enfrentamento das facções criminosas.